Sócrates: O Doutor que Fez História Dentro e Fora de Campo

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira foi mais do que um craque de futebol. Médico, líder e pensador, o “Doutor” transformou o esporte em um palco de liberdade e consciência política. Sua trajetória combina talento, inteligência e coragem — marcas que o eternizam como um dos ícones mais inesquecíveis do futebol mundial.


Infância e Juventude: As Raízes do Doutor

Nascido em Belém do Pará, em 19 de fevereiro de 1954, Sócrates cresceu em uma família apaixonada pelo conhecimento. Seu pai, Raimundo Vieira, era um funcionário público fascinado pela filosofia de Platão — daí o nome do filho. No entanto, a infância também foi marcada pela repressão política: Sócrates viu o pai queimar livros durante a ditadura militar, uma cena que o marcou profundamente.

Com a mudança da família para Ribeirão Preto, o jovem se dividiu entre os estudos e o futebol. Aos 17 anos, ingressou na Faculdade de Medicina da USP e jogava pelo Botafogo-SP. Mesmo talentoso, não se via como profissional — queria apenas “pagar a gasolina e a cerveja” com o dinheiro do clube.




Do Botafogo-SP ao Corinthians: A Ascensão de um Líder

Após se formar médico em 1977, Sócrates finalmente pôde assinar com um grande clube. O Corinthians venceu a disputa com o São Paulo e pagou 350 mil dólares — a maior transferência da época. A partir daí, nasceu o “Doutor” dos gramados.

Em seis anos de clube, marcou 172 gols em 297 partidas e conquistou três títulos paulistas. Mas o que o tornava especial não era apenas o futebol refinado, e sim a mente questionadora e o olhar crítico sobre o mundo.


Capitão do Brasil: A Seleção de 1982 e o Futebol-Arte

Sócrates estreou na seleção brasileira em 1979 e logo virou o cérebro do time comandado por Telê Santana. Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, foi o capitão de uma das seleções mais encantadoras da história. Ao lado de ZicoFalcão e Júnior, encantou o mundo com um futebol criativo e técnico — símbolo da “alegria de jogar”.

A derrota para a Itália no Estádio Sarriá, em Barcelona, foi um golpe duro: “Saímos da Copa apesar de sermos o time que melhor jogou”, confessou o Doutor. Mesmo assim, a equipe ficou eternizada como sinônimo de beleza e ousadia.


Engajamento Político e Democracia Corinthiana

Nos anos 1980, o país vivia o clamor pelas Diretas Já. Sócrates usou sua voz e fama para defender a democracia. No Corinthians, ao lado de CasagrandeWladimir e Zenon, liderou o movimento conhecido como Democracia Corinthiana.

O grupo defendia que todos — jogadores, comissão técnica e funcionários — participassem das decisões do clube. As mensagens políticas também iam para o campo: o time entrou em campo com a faixa “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”. Era o futebol se tornando símbolo de resistência.



O Adeus do Doutor e o Legado Eterno

Após passagem pela FiorentinaFlamengo e Santos, Sócrates encerrou a carreira no Botafogo-SP, em 1989. Poucos dias após sua despedida, o Brasil realizava a primeira eleição presidencial direta desde 1960 — um símbolo do ciclo que ele ajudou a reabrir.

Até o fim da vida, manteve-se fiel aos ideais de liberdade e justiça social. “Quando eu era jogador, minhas pernas amplificavam minha voz. Se as pessoas não tiverem o poder de dizer as coisas, eu vou dizer por elas.”

Conclusão: Um Craque que Inspirou Gerações

Sócrates foi mais do que um ídolo do futebol. Foi um pensador em chuteiras, um médico da bola e da consciência brasileira. Sua história continua viva em cada torcedor que acredita que o esporte pode transformar o mundo.

E você? O que mais te inspira na trajetória do Doutor Sócrates? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe este artigo para que mais pessoas conheçam a história desse gigante dentro e fora de campo.


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