O Clube dos 13 vs. CBF: Flamengo campeão de 1987 - A Rebelião dos Grandes

Você sabia que o Brasil teve dois campeões nacionais em um mesmo ano? Imagine a confusão, as brigas nos tribunais e a paixão que perdura por décadas. O que realmente aconteceu em 1987, e por que esse capítulo da história ainda é motivo de acalorados debates nas redes sociais e bares?

E se você fosse torcedor do Flamengo ou do Sport naquela época? Como se sentiria tendo um título nacional questionado por mais de 30 anos? Para os rubro-negros cariocas, a Copa União foi o verdadeiro Campeonato Brasileiro, vencido com autoridade sobre o Internacional na grande decisão do Módulo Verde. Já para os rubro-negros pernambucanos, a conquista veio ao derrotar Guarani e, amparado pela CBF, receber o reconhecimento oficial da entidade como campeão brasileiro.

O impasse criou uma ferida aberta que jamais cicatrizou completamente. Nos tribunais, a briga jurídica se arrastou por décadas, com Flamengo e Sport disputando a legitimidade do título. Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão de reconhecer apenas o Sport como campeão de 1987, mas a torcida e a mídia esportiva seguem divididas: para muitos, há dois campeões; para outros, só um carrega o título de forma legítima.

Ainda hoje, esse capítulo é lembrado como a maior polêmica do futebol brasileiro. A Copa União não foi apenas um torneio: foi a representação da luta por poder, autonomia e modernização do esporte. Mais do que um título, 1987 deixou marcas na memória coletiva, mostrando como o futebol no Brasil é, acima de tudo, paixão, política e disputa de narrativas...



O Clube dos 13 vs. CBF: A Rebelião dos Grandes

Em 1987, o futebol brasileiro atravessava uma das maiores crises de sua história. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentava dificuldades financeiras e organizacionais para montar o Campeonato Brasileiro. Foi nesse cenário que surgiu o "Clube dos 13", formado pelas maiores equipes do país, que decidiram criar um torneio próprio para salvar a temporada: a Copa União. A medida simbolizava não apenas um ato de independência, mas também um confronto direto com a entidade máxima do futebol nacional.


O torneio foi estruturado em dois módulos: o Verde, que reunia os grandes clubes como Flamengo, Internacional, São Paulo e Atlético-MG, e o Amarelo, composto por equipes de menor expressão. A proposta era que os campeões de cada módulo se enfrentassem em uma finalíssima para definir o título nacional. Porém, desde o início, o Clube dos 13 deixou claro que o verdadeiro campeonato brasileiro estava no Módulo Verde, onde desfilavam os gigantes do futebol brasileiro.

A decisão da criação da Copa União movimentou multidões. Estádios lotados, transmissões televisivas históricas e a sensação de que o futebol brasileiro respirava novos ares. Para os torcedores, o campeonato significava prestígio e representava a força dos clubes frente a uma CBF fragilizada. Para os dirigentes, era também um movimento político e econômico, já que os grandes passavam a negociar diretamente com patrocinadores e emissoras, aumentando a arrecadação e a independência financeira.


Ao mesmo tempo, a CBF não aceitava perder o controle sobre o futebol nacional. A entidade insistia que a Copa União deveria ter ligação direta com seu campeonato oficial e que o campeão só seria reconhecido se enfrentasse o vencedor do Módulo Amarelo. Esse impasse abriu caminho para uma das maiores disputas jurídicas e esportivas da história do Brasil, com consequências que se arrastariam por décadas...


O Módulo Verde e a Conquista Rubro-Negra

O Flamengo, com um time estrelado liderado por Zico (que naquele ano retornava ao Brasil após breve passagem pela Itália), dominou o Módulo Verde. O rubro-negro carioca apresentou um futebol vistoso, misturando técnica, garra e a experiência de seus ídolos. A cada jogo, o Maracanã recebia multidões que embalavam o time rumo à consagração.

Após uma campanha intensa, o clube garantiu vaga na fase decisiva ao superar o Internacional em uma emocionante semifinal. Na sequência, venceu o Atlético-MG na final do Módulo Verde, coroando uma trajetória marcada por grandes atuações. A torcida rubro-negra explodiu em festa, acreditando que aquele título era, sem dúvidas, o de campeão brasileiro.

Os gols de Zico e a segurança da defesa formada por Leandro e Jorginho tornaram-se símbolos daquela conquista. Para os flamenguistas, não havia dúvida: o título de 1987 era deles. Afinal, haviam vencido o torneio que reunia os maiores clubes do país, a elite do futebol nacional. Porém, fora de campo, a CBF tinha outros planos — e foi aí que começou a polêmica que marcaria para sempre o futebol brasileiro.

O Módulo Amarelo e a Inesperada Conquista do Sport

Enquanto isso, no Módulo Amarelo, o Sport Recife escrevia uma história de superação. Com uma campanha sólida e determinada, o time pernambucano se destacou contra adversários que buscavam espaço entre os grandes. A cada rodada, a equipe rubro-negra mostrava garra e disciplina, conquistando vitórias que inflamavam a torcida no estádio da Ilha do Retiro.

Ao vencer sua chave, o Sport conquistou o direito, pelas regras originais da Copa União, de enfrentar o vencedor do Módulo Verde em uma final de dois jogos para decidir o título nacional. A torcida pernambucana sonhava alto: aquela era a chance de colocar o clube definitivamente entre os gigantes do futebol brasileiro com uma conquista inédita e histórica.

No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não aceitou pacificamente a autonomia do Clube dos 13. Determinada a manter o controle sobre o campeonato nacional, a entidade exigiu que o Flamengo, campeão do Módulo Verde, enfrentasse o Sport, campeão do Amarelo, em uma finalíssima. Mas o clube carioca se recusou a disputar, alegando já ser o verdadeiro campeão. Foi o início de uma disputa que mudaria para sempre a história do futebol brasileiro.

O Impasse e a Briga Judicial que Perdura Até Hoje

A confusão estava armada. A CBF, determinada a manter sua autoridade, organizou paralelamente um play-off com clubes não alinhados ao Clube dos 13 e anunciou que o vencedor desse torneio alternativo garantiria vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Sob forte pressão política, uma solução de compromisso foi tentada: a final entre Flamengo e Sport nunca aconteceria. Em vez disso, ambos foram considerados campeões de seus módulos, mas a CBF reconheceu oficialmente apenas o Sport como campeão brasileiro de 1987, gerando enorme revolta entre os flamenguistas.

Inconformado, o Flamengo levou a disputa para a justiça comum, algo inédito no futebol brasileiro até então. O processo se arrastou por décadas, com reviravoltas e novas decisões a cada instância. Em 2018, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) chegou a reconhecer o Flamengo como campeão de 1987, mas o Sport continuou buscando na justiça a manutenção de seu título exclusivo, alegando respaldo da CBF e da regra original do torneio.

O caso, até hoje, segue alimentando discussões em bares, arquibancadas e redes sociais. Para muitos, o Flamengo é o legítimo campeão por ter vencido o torneio da elite, a Copa União. Para outros, o Sport é o verdadeiro campeão, já que cumpriu as determinações da CBF e venceu o quadrangular final. O que não resta dúvida é que 1987 se transformou em um dos episódios mais polêmicos, apaixonantes e inesquecíveis da história do futebol brasileiro.

Um Legado de Divisão e Paixão

Mais de três décadas se passaram, e a polêmica da Copa União ainda é um assunto quente. Gerações de torcedores cresceram debatendo quem é o legítimo campeão. O Flamengo inclui o título em sua galeria de troféus, enquanto o Sport, mesmo com o reconhecimento oficial da CBF em 1987 (posteriormente revisto), luta pelo direito de ser chamado de campeão. A história serve como um fascinante estudo de caso sobre poder, administração esportiva e a paixão inabalável do torcedor brasileiro.

E Você, o que Pensa?

Quem deve ser considerado o campeão brasileiro de 1987? O Flamengo, que venceu o módulo dos grandes clubes? O Sport, que venceu seu módulo e foi inicialmente reconhecido pela CBF? Ou será que a única solução justa teria sido realizar a final que nunca aconteceu? Essa história prova que, no futebol, nem tudo se resolve dentro das quatro linhas.

Gostou deste mergulho na história? Este artigo é perfeito para aquela discussão saudável entre amigos torcedores!

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